domingo, 21 de outubro de 2012

Direito, Filosofia e Arte: Gustav Klimt

Já que o post anterior tratou das possíveis relações entre o direito, a filosofia e a arte, permito-me trazer algumas reproduções da obra do grande gênio da pintura, nascido em Viena, Gustav Klimt (1862 - 1918).
Klimt produziu três monumentais afrescos para a Universidade de Viena, que, à época, foram recebidos severamente por parte da crítica, que considerou seu trabalho ousado demais, quase "pornográfico".
Os murais receberam os seguintes nomes: Filosofia, Medicina e Jurisprudência (entenda-se essa útima palavra, aqui, como Ciência do Direito).
Infelizmente, essas obras-primas foram destruídas pelas forças nazistas em 1945.
Restaram apenas reproduções...
Filosofia é o nome dessa espetacular imagem abaixo.


Acima Medicina. A linda parte dessa obra, destacada e em cores, chama-se Higiene. Por ela dá para se ter uma pequena ideia da força estética da obra de Klimt.
Abaixo, a não menos impressionante Jurisprudência.

Direito, Filosofia e Arte


O livro acima é uma coletânea de ensaios sobre as mais diversas formas do direito e a filosofia interagirem com a arte. Ilíada e Odisséia, A Divina Comédia, O Ensaio sobre a CegueiraO Mal Estar na Civilização são apenas algumas das obras abordadas.
Apesar de ser produto do grupo de pesquisa Fundamentos e Fronteiras do Direito, formado por professores da UFMG, UFJF e UNIPAC, o livro teve a colaboração de outros professores, mestres e doutores, das mais diversas instituições de ensino, como a UFU e a UFBA. Mas o motivo do livro ser aqui lembrado tem a ver, principalmente, com a participação de alunos da FDRP. Não apenas isso. Os alunos que colaboraram com o livro fazem ou já fizeram parte de nosso grupo de estudo. E isso, à evidência, é motivo de orgulho para nós. São eles: Victor Gonçalves de Sousa, Larissa Barbosa Nicolosi Soares, Heloísa Barbosa Pinheiro Rodrigues e Ricardo Tieri de Brito.
Trabalhar a importância da reflexão sobre o direito e a filosofia é a missão de nosso grupo de estudos, todavia, quando as observações se estendem ao campo da arte, adquire-se uma nova dimensão. Essa perspectiva diferenciada, muitas vezes negligenciada pelos juristas, é retomada nesta obra coletiva, que só pela escolha do tema já merece atenção. Como escreveu o Prof. Nuno Coelho, nosso colega de departamento, na introdução do livro, é inevitável pensar no impacto da arte sobre a integridade da alma: "razão, desejo e paixão são mobilizados pela experiência artística, possibilitando vivências de um modo muito singular. Pela obra de arte, abre-se o mundo. Há, como lembra Heidegger, duas vias pelas quais o mundo se constrói: pela experiência da própria coisa, ou pelo que sabemos dela pela linguagem. A experiência da arte dá-nos mundo, permitindo compreender o outro de novas maneiras. Isto torna familiar o que é estranho, aproximando o outro de nós. Forja-se a personalidade. Ao jurista, o que é humano não pode ser estranho".

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Divulgação de evento sobre Carl Schmitt

A Rede Internacional de Estudos Schmittianos estará promovendo o I COLÓQUIO INTERNACIONAL CARL SCHMITT: ENTRE DIREITO E FILOSOFIA nos dias 29 de outubro a 1 de novembro na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Uberlândia.
Trata-se de uma ótima oportunidade para conhecer um pouco mais do trabalho desse polêmico jurista.
Abaixo, segue a programação:

Segunda-feira, 29 de Outubro.
9h: Solenidade de Abertura
10h-12h. Conferência de abertura:
Günther Maschke (Escritor político / Frankfurt)
14h30-17h: Schmitt e o Estado
Prof. Dr. Alexandre Franco de Sá (Faculdade de Filosofia / Universidade de Coimbra / Portugal).
Prof. Dr. Hugo Herrera (Grupo de Investigación en Filosofía Práctica / Instituto de Filosofía Universidad de los Andes (Chile)
17h30-20h: Ato Fundacional da RIES e Coquetel
Prof. Dr. Olivier Feron (Faculdade de Filosofia / Universidade de Évora)
Prof. Dr. Francisco Serra (Faculdade de Direito / Universidade Complutense de Madrid)

Terça-feira, 30 de Outubro
9h30-12h:
Prof. Dr. Ronaldo Porto Macedo Jr. (Faculdade Direito USP e Direito GV)
Profa. Dra. Vera Karam Chueiri ( Faculdade de Direito / UFPR / BR)
Prof. Dr. Carmelo Jiménez Segado (Universidad Complutense de Madrid; Juiz em Madrid)
14h30-17h:
Prof. Dr. Delamar José Volpato Dutra (Faculdade de Filosofia/UFSC/BR)
Prof. Dr. Joseph Bendersky (Faculty of History / Michigan State University)
17h30-20h:
Prof. Dr. Michael Marder (Faculdade de Filosofia / Universidade do País Basco / Vitoria-Gasteiz)
Prof. Dr. João Carlos Brum Torres(Faculdade de Filosofia / UFRGS / BR)

Quarta-feira, 31 de Outubro
9h30-12h:
Prof. Dr. Germán Gómez Orfanel (Faculdade de Direito / Universidade Complutense de Madrid)
Prof. Dr. Alain de Benoist (França)
Prof. Dr. Roberto Bueno (Faculdade Direito / UFU / BR)
14h30-17h:
Prof. Dr. Pedro Villas Bôas Castelo Branco (Faculdade de Direito / UNIRIO / BR)
Prof. Dr. Helton Adverse (Faculdade de Filosofia / UFMG)
17h30-20h:
Prof. Dr. António Bento (Faculdade de Filosofia UBI / Portugal)
Profa. Dra. Cláudia Drucker (Faculdade de Filosofia / UFSC / BR)

Quinta-feira, 1º de Novembro
9h30-12h:
Prof. Dr. Bernardo Ferreira (Faculdade de Filosofia/ UERJ / BR)
Prof. Dr. José Maria Arruda (Faculdade de Filosofia / UFF / BR)
Prof. Dr. Jerónimo Molina (Faculdade Filosofia / Universidad de Murcia)
14h30-17h:
Prof. Dr. Andityas Matos (Faculdade de Direito / UFMG / BR)
Prof. Dr. Cássio Benjamin (Faculdade de Filosofia / Universidade Federal de São João del-Rey)
17h30-20h:
Prof. Dr. Andreas Kalyvas (Departament of Politics, Associate Professor of Politics The New School for Social Research and the Eugene Lang College /New York).

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Eric Hobsbawm (1917/2012)

Morre aos 95 anos Eric Hobsbawm, um dos mais importantes intelectuais da esquerda. Historiador, marxista, autor de importantes livros, muitos deles traduzidos no Brasil, como "A era das revoluções", "A era do capital", "A era dos impérios", "Era dos extremos" e "Como mudar o mundo", seu último livro, de 2011.
Sempre atento aos acontecimentos, manifestou-se acerca do recente movimento de jovens contra os rumos da economia em Wall Street:
"As ocupações, em sua maioria, não foram protestos de massa, não foram os 99% (da população), mas de estudantes e membros da contracultura. Em momentos, isso encontrou eco na opinião pública. É o caso dos protestos contra Wall Street e as ocupações anticapitalistas".
Sua análise, nesse sentido, demonstra que esses movimentos se realizam à margem da "velha" esquerda, da qual fez parte:
"A esquerda tradicional estava orientada para um tipo de sociedade que já não existe mais ou está deixando de existir. Acreditava-se sobretudo no movimento operário como o grande responsável pelo futuro. Bem, nos desindustrializamos e isso já não é possível".
"As mobilizações de massa mais efetivas hoje são aquelas que começam em meio a uma classe média moderna e em particular em um grupo grande de estudantes. São mais efetivos em países onde, demograficamente, os jovens são mais numerosos".
Para quem nunca leu nada de Hobsbawm, indico, além dos livros acima citados, esse artigo, disponível no seguinte endereço: http://www.guardian.co.uk/commentisfree/2009/apr/10/financial-crisis-capitalism-socialism-alternatives

A foto acima é do livro autobiográfico de Hobsbawm, escrito quando ele tinha 85 anos (disponível em versão em português).