Morre aos 95 anos Eric Hobsbawm, um dos mais importantes intelectuais da esquerda. Historiador, marxista, autor de importantes livros, muitos deles traduzidos no Brasil, como "A era das revoluções", "A era do capital", "A era dos impérios", "Era dos extremos" e "Como mudar o mundo", seu último livro, de 2011.
Sempre atento aos acontecimentos, manifestou-se acerca do recente movimento de jovens contra os rumos da economia em Wall Street:
"As ocupações, em sua maioria, não foram protestos de massa, não foram os 99% (da população), mas de estudantes e membros da contracultura. Em momentos, isso encontrou eco na opinião pública. É o caso dos protestos contra Wall Street e as ocupações anticapitalistas".
Sua análise, nesse sentido, demonstra que esses movimentos se realizam à margem da "velha" esquerda, da qual fez parte:
"A esquerda tradicional estava orientada para um tipo de sociedade que já não existe mais ou está deixando de existir. Acreditava-se sobretudo no movimento operário como o grande responsável pelo futuro. Bem, nos desindustrializamos e isso já não é possível".
"As mobilizações de massa mais efetivas hoje são aquelas que começam em meio a uma classe média moderna e em particular em um grupo grande de estudantes. São mais efetivos em países onde, demograficamente, os jovens são mais numerosos".
Para quem nunca leu nada de Hobsbawm, indico, além dos livros acima citados, esse artigo, disponível no seguinte endereço: http://www.guardian.co.uk/commentisfree/2009/apr/10/financial-crisis-capitalism-socialism-alternatives
A foto acima é do livro autobiográfico de Hobsbawm, escrito quando ele tinha 85 anos (disponível em versão em português).
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